sábado, setembro 20, 2008

INCONFIDÊNCIAS # 7

Coimbrinha: Cada cidade tem a sua alma e um carácter próprios. Um povo concreto e uma história, feita e a refazer-se diariamente, que a diferencia das demais. O mesmo se passa com Coimbra. Quando cá estamos não perdemos uma oportunidade para dizer mal. Certamente, muitas vezes com razão. Mas quando viajamos para os confins do mundo, estejamos no Saara ou nos Alpes, no Rio de Janeiro ou em Pequim, nos Estados Unidos ou no Egipto, lembramo-nos invariavelmente de onde somos e de quanto afinal gostamos dela. E se há segredo para este encantamento por Coimbra, talvez se deva ao facto de ser mulher e portanto misteriosa.
Reequilibrismo: o poder autárquico será tanto mais forte quanto não abdicar de representar a sua comunidade e de assumir-se de facto como poder local, independente do poder central e dos interesses. E isto depende dos políticos que temos e das políticas que querem. Dos políticos espera-se que pensem menos nos seus interesses pessoais e mais no exercício honesto das suas funções. E que, mesmo na diferença, se tratem com urbanidade e com urbanidade tratem os cidadãos e o que eles representam. Das políticas, provavelmente haverá que redefinir prioridades e concentrar esforços e meios noutros alvos, como seja o social. É tudo uma questão de reequilíbrio. Porque o futuro já começou.
Água das Fontes: se o que se passa com a construção do novo Hospital Pediátrico não fosse uma vergonha, até seria caso para readaptar o anedotário nacional. Que importância tem que a ARS admitisse um desvio de 18% e a firma contratada para fiscalizar a empreitada uma derrapagem de 25%? Que consequência politica resulta dos construtores reclamarem mais 53% do montante da adjudicação? Garantidamente o Estado, o fiscal, o construtor e mais uma fiada interminável de intervenientes não têm culpa nenhuma. Resta perguntar ao cimento que responderá lá estar e ao ferro que dirá o mesmo, acrescentando talvez um espantado – porquê eu? Finalmente, com todos de olhos postos na água, a ultima a ser inquirida e que não tem outro remédio senão arcar com as culpas, timidamente dirá baixinho que, desde há séculos, nunca de lá saiu!
Tolos: Coimbra perdeu a sede central do Turismo Centro Portugal, a entidade que substitui a Região de Turismo do Centro. Com os estatutos já homologados a sede vai para o distrito de Aveiro e haverá 4 delegações - Coimbra, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Perante a revisitação de mais uma perda para Coimbra, parece agora que está quase inventada a fórmula para enganar e convencerem-nos a nós, os tolos. A coisa fica a meio caminho - um pulinho apenas - ali para as bandas do Buçaco ou da Curia. E os tolos somos nós?
Mamma Mia: mesmo para quem já tinha visto o musical ou para quem nunca apreciou a música dos Abba e desdenhou do ex-Bond Pierce Brosnan, o filme recomenda-se. Porque está lá Meryl Streep no seu melhor. Porque, quanto mais não seja, são duas horas sem pensar neste Portugal dos Pequenitos.
Abraços de Urso: “Se calhar se tivesse chegado há seis anos as dificuldades não seriam tantas.” E “Se não conseguir impor as minhas ideias saio pela mesma porta que entrei na Académica”. (do Vice da AAC/OAF Jorge Alexandre em entrevista ao Diário de Coimbra)
Aviso à Navegação: Não percebo por que é que o PS arrisca uma séria querela político-institucional com Belém por causa do caprichismo radical dos partidos açoreanos. (Vital Moreira no Causa Nossa)