A minha alma sou eu e os meus navios de partida, mais o cais da despedida e as âncoras de infinitos desesperos. E também os meus silêncios, mais o corpo prisioneiro dos cansaços e das memórias que me traem. Eu sei que a minha alma sou eu e os meus caprichos, mais todos os bichos que venço e o diabo feito orgulho que não dispenso. E também os meus olhares, mais todos os beijos que roubo e o perfume encantado desses lugares. A minha alma sou eu e os meus rios interiores, mais as margens que os estreitam e um piano que toca só na vazante dos amores. E também os meus braços que não param de remar, mais os sonhos de que me convenço e o destino que se abre, assim seja raso o mar.