quinta-feira, janeiro 11, 2007

Fotógrafo do Nunca e de outras Raridades

Este é o tempo das raridades. Porque este é o tempo dos pássaros de asas atadas. Uma carta é uma raridade. Raridade é cavalgar ondas no dorso das dunas. Ingénua emoção de cavaleiro épico em busca do espanto original no perfume das flores do deserto. Um modelo sem molde é uma raridade. Raridade é sonhar à sombra de mucuios à beira de um rio. E depois colher açucenas imaginárias ou outras flores nascidas de sementes trazidas pelo vento leste. Porque nunca se deixa prender entre comportamentos de margens estreitas. Este é o tempo que matou o tempo em que se dizendo nunca se queria dizer agora. Uma fotografia rara que acendia pirilampos em plena escuridão do dia.
Não é uma raridade eu querer matar-te. Mas se te quero matar, porque preciso de te matar tantas vezes?